sábado, 13 de março de 2010

Estou a grunir no escuro do quarto vazio.
Como um animal ferido, lanço meu grito de dor.
Morte às velhas coisas!
Vida à nova vida!
Subo e desço escadas carregando nos ombros
o cadáver desse amor, que morreu antes mesmo de nascer.
E percorro campos, estradas de barro e pó, desertos cinzentos,
mar de águas profundas...
Procuro, procuro...
Mas nada encontro.
Reviro gavetas, procuro em armários
Panela vazia
Nem um cigarro
Continuo por ruas escuras
Chuva gelada
Mergulho em copos de vinho,
uma doce cilada
É frio lá fora...
É frio aqui dentro...
Somente a lágrima é quente, amarga
Me encolho na cama vazia
A espera do nada!
Daniela Franco
Copyright © 2000

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